PluzApp

Brasileiros consomem mais pratos-feitos e lanchonetes para economizar nas refeições

A crise econômica que atinge o Brasil desde o começo do ano, que fez com que muitos restaurantes reajustassem os preços dos cardápios, provocou uma queda no consumo de estabelecimentos especializados e aumento nos populares e lanchonetes (sem contar os fast foods).

É o que aponta a mais recente pesquisa da empresa de benefícios alimentares Ticket, que apurou como tem sido o gasto dos brasileiros durante a pandemia. Nos seis primeiros meses deste ano, quando os preços de alimentos dispararam junto dos combustíveis, energia elétrica e gás de cozinha, o consumo de refeições em restaurantes de prato-feito foi o primeiro entre os sete milhões de usuários dos produtos da empresa.

O tíquete-médio nestes estabelecimentos foi de R$ 38,30 no período, seguido pelas lanchonetes (R$ 30,14) e pelas padarias (R$ 25,81). De acordo com a marca, o resultado pode ser reflexo dos preços mais acessíveis destes tipos de refeição, na comparação com outras culinárias.

Para Felipe Gomes, diretor-geral da Ticket, estes tipos de estabelecimentos têm um tíquete-médio menor do que restaurantes especializados, o que acaba sendo uma saída para os brasileiros que estão com orçamentos mais apertados.

“O poder de consumo dos brasileiros tem sido impactado negativamente por conta da crise econômica e isso acaba refletindo, entre outros comportamentos, nas escolhas de consumo de comida”, afirma.

O levantamento da Ticket leva em consideração tanto os pedidos feitos presencialmente como os gastos em plataformas de delivery.

O levantamento apontou que gastos acima de R$ 50, como pizzas, carnes e comida japonesa, ficaram entre os menos consumidos no período. Chama a atenção o consumo em cafés e doces, um sinal de que, apesar do custo baixo, também precisou ser limitado no dia a dia dos brasileiros.

“O gasto médio com a comida brasileira, em primeiro lugar, é menor do que a metade do valor médio gasto nos pedidos de culinária japonesa, que ficou em oitavo lugar, o que nos leva a avaliar que o preço é um aspecto que influencia a escolha dos consumidores”, comenta Gomes.

O consumo em lanchonetes ocupou a segunda posição do ranking em quatro meses do primeiro semestre. Apenas em março e abril caiu para a terceira posição.

O inverso aconteceu com as comidas de padaria que, em março e abril, ocuparam a segunda colocação. Nos demais meses da primeira metade do ano, apareceram em terceiro lugar.

“Não podemos esquecer que uma parcela dos trabalhadores segue em home office, e que isso traz a necessidade de buscar alternativas de alimentação em estabelecimentos localizados nos bairros residenciais. Isso reflete diretamente no diagnóstico do levantamento”, completa Gomes.

Os demais tipos de culinária permaneceram na mesma colocação nos seis meses avaliados. O consumo de fast food aparece na quarta colocação, pizzarias na quinta e a compra de carnes prontas para consumo ocupou o sétimo lugar. Encerram a lista os cafés e doces e a comida japonesa, em oitavo e nono lugares, respectivamente.

Por Guilherme Grandi
Foto: Bigstock

× Como posso te ajudar?