Aportes de empresas em carne ‘in vitro’ crescem 40% em 2021, em meio à necessidade de reduzir a emissão de carbono. Leonardo di Caprio já investe no ramo
Investimentos globais em companhias que produzem carne em laboratório cresceram quase 40% este ano, segundo um levantamento da FAIRR Initiative, uma coalizão internacional de grandes investidores com US$ 40 trilhões em ativos sob gestão.
Os aportes nessas empresas que tentam substituir a proteína de origem animal passaram de US$ 366 milhões em todo o ano de 2020 para US$ 506 milhões apenas no primeiro semestre de 2021.
Na semana passada, o ator americano Leonardo DiCaprio decidiu investir em duas start-ups que desenvolvem carne a partir de células animais, Aleph Farms e Mosa Meat.
“Uma das formas mais eficazes de combater a crise climática é transformar nosso sistema de alimentação”, comentou o artista em um comunicado conjunto das duas empresas.
Os dados da FAIRR Initiative mostram que a criação de alternativas para o consumo de carne bovina é a grande aposta dos maiores investidores do mundo, considerando os impactos da pecuária nas mudanças climáticas e a necessidade de adequação das empresas do setor às metas de redução de carbono globais.
30% das emissões de carbono
Para Maria Lettini, diretora executiva da FAIRR Initiative, o ritmo atual de descarbonização no sistema alimentar global não é suficiente para cumprir a meta do Acordo de Paris de aumento da temperatura média global de no máximo 1,5º C.
Nos Estados Unidos, segundo o relatório, a comida é responsável por até 30% das emissões de carbono das famílias, sendo que produtos de origem animal, incluindo carnes bovina, suína e frango, além dos laticínios, correspondem a quase 75% dessas emissões.